TST: R$ 8,6 milhões em serviços 'VIP' para ministros?

Contrato milionário do TST gera polêmica
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) está envolvido em uma controvérsia devido a um contrato de R$ 8,6 milhões anuais com a Renovar Engenharia para serviços de manutenção predial dos apartamentos funcionais destinados aos ministros. No entanto, a abrangência dos serviços prestados vai muito além da manutenção estrutural, incluindo desde reparos elétricos simples até instalações de eletrodomésticos e decoração, conforme demonstram as solicitações dos próprios ministros.

Serviços além da manutenção predial
A Renovar Engenharia, contratada pelo TST, executou uma ampla gama de serviços que extrapolam as responsabilidades de uma empresa de manutenção predial. A lista inclui desde a troca de lâmpadas e instalação de eletrodomésticos até serviços de marcenaria e mudanças, incluindo a movimentação de camas com a contratação de estivadores. A instalação de televisores, máquinas de lavar louças e até mesmo a troca de lâmpadas brancas por amarelas estão entre os serviços prestados.
Serviços em residências particulares?
Em pelo menos dois casos, a Renovar realizou serviços na residência particular do ministro Alexandre Luiz Ramos. O TST justificou esses serviços como "fornecimento de rede segura para acesso remoto aos sistemas do TST", levantando questionamentos sobre a transparência e a destinação dos recursos públicos.
Comparação com outras práticas em Brasília
A prática do TST difere da norma em Brasília, onde a manutenção de imóveis funcionais geralmente se limita a questões estruturais. Modificações e serviços adicionais são de responsabilidade dos ocupantes, incluindo deputados e senadores. Essa discrepância acende o debate sobre o uso de recursos públicos e a necessidade de maior transparência na gestão desses recursos.
Gastos exorbitantes e falta de transparência
Desde o início de 2023, a Renovar já recebeu R$ 15,7 milhões do TST, com o contrato, atualmente em seu 11º aditivo, válido até abril de 2026. Além dos serviços nos apartamentos funcionais, a Renovar também realizou serviços na "sala VIP" do aeroporto de Brasília, destinada aos ministros (R$ 1,5 milhão anuais), e contribuiu para a aquisição de sedãs híbridos de luxo Lexus para os ministros, totalizando R$ 10,3 milhões. A falta de transparência sobre os ocupantes dos imóveis funcionais, justificada pelo TST por razões de segurança, agrava as preocupações.
Questionamentos sobre a 'justiça social'
A auto-intitulação do TST como "o tribunal da justiça social" contrasta fortemente com os gastos com serviços considerados supérfluos por muitos. Essa discrepância gera questionamentos sobre a gestão de recursos públicos e a responsabilidade com o dinheiro do contribuinte. A falta de clareza e a justificativa do TST sobre os serviços prestados pela Renovar geram debates e questionamentos sobre a utilização de recursos públicos e a necessidade de maior fiscalização.
Conclusão: a necessidade de transparência
A situação expõe a necessidade de maior transparência na gestão de recursos públicos e no detalhamento dos serviços contratados pelo TST. A falta de clareza sobre a destinação dos recursos e a abrangência dos serviços prestados pela Renovar geram desconfiança e exigem uma investigação mais aprofundada para garantir a correta utilização do dinheiro público.
Leia também:


