Zillow Lucra em Meio a Mercado Imobiliário Desafiador e Mantém Forte Aposta no Trabalho Remoto
Zillow Group Demonstra Resiliência e Visão de Futuro ao Registrar Lucro e Reafirmar Estratégia de Trabalho Remoto em Cenário Adverso
Em um movimento que sinaliza tanto sua resiliência operacional quanto uma profunda compreensão das novas dinâmicas de trabalho, o Zillow Group, gigante do mercado imobiliário online, anunciou ter alcançado lucratividade em um período marcado por um mercado imobiliário desafiador nos Estados Unidos. Paralelamente, a empresa sediada em Seattle reforçou sua aposta no modelo de trabalho remoto, conhecido como "Cloud HQ", como um pilar estratégico para o crescimento e aquisição de talentos. Este posicionamento ocorre em um contexto onde muitas empresas de tecnologia reavaliam suas políticas de trabalho flexível.
Os resultados trimestrais mais recentes da Zillow superaram as estimativas, com a empresa reportando lucro pela primeira vez desde 2022, de acordo com os Princípios Contábeis Geralmente Aceitos (GAAP). A receita do quarto trimestre fiscal de 2024 atingiu US$ 598 milhões, um aumento de 13% em relação ao ano anterior, enquanto o tráfego para os aplicativos e websites da Zillow cresceu 5%. As ações da companhia valorizaram quase 60% nos últimos 12 meses, apesar das dificuldades enfrentadas pelo setor imobiliário americano. No primeiro trimestre de 2025, a receita continuou robusta, alcançando US$ 598 milhões, um crescimento de 13% ano a ano, com um lucro líquido de US$ 8 milhões. A receita para o ano fiscal de 2024 foi de US$ 2,24 bilhões, um aumento de 14,96% em relação ao ano anterior.
A Estratégia "Cloud HQ" da Zillow em Foco
Desde a transição para o modelo "Cloud HQ" durante a pandemia, a Zillow tem sido uma defensora vocal dos benefícios do trabalho remoto. O CEO da Zillow, Jeremy Wacksman, que assumiu o cargo após o cofundador Rich Barton no ano passado, enfatizou que a adoção do trabalho remoto não visa primordialmente a redução de custos, embora a empresa tenha diminuído suas despesas com aluguel em US$ 31 milhões em 2024 devido a mudanças no uso de escritórios. "É uma ofensiva para nós", afirmou Wacksman em entrevista ao GeekWire. "É uma abordagem estratégica que nos permite recrutar em todo o país." Antes da pandemia, a vasta maioria dos funcionários da Zillow residia próximo a um escritório. Atualmente, a empresa conta com colaboradores em todos os 50 estados americanos e observa um volume significativamente maior de candidatos por vaga. "Isso está aumentando tanto a qualidade quanto a diversidade de nosso pipeline de contratações e de nossos talentos", complementou Wacksman. "É uma ferramenta fantástica para impulsionarmos a inovação e a execução."
Esta filosofia contrasta com a de outras empresas de tecnologia, como a Redfin, que recentemente decidiu pelo retorno parcial aos escritórios, citando a necessidade cultural. Rich Barton, ex-CEO da Zillow, já havia se posicionado firmemente a favor do trabalho remoto, afirmando que "não se pode colocar o gênio de volta na garrafa" quando se oferece algo valioso aos funcionários. A Zillow reconhece os desafios da flexibilidade e, para mitigá-los, promove diversos encontros de equipe ao longo do ano, tendo realizado 79 retiros apenas em seu escritório de Seattle no último ano, além de desenvolver novos programas de treinamento e cultura adaptados ao ambiente remoto.
Navegando em um Mercado Imobiliário Complexo com a Zillow
O sucesso financeiro da Zillow é particularmente notável diante de um mercado imobiliário americano caracterizado por taxas de hipoteca elevadas e oferta limitada de imóveis. A empresa tem se concentrado em sua estratégia de "super aplicativo de habitação" (housing super app), que visa integrar todas as etapas do processo de compra, venda e aluguel de imóveis em uma única plataforma digital. Esta abordagem busca capitalizar a forte presença da marca Zillow – que possui mais que o triplo de usuários ativos diários em seu aplicativo em comparação com o concorrente mais próximo – para aumentar a monetização das transações. A meta estabelecida em 2022 era dobrar a participação nas transações de clientes de 3% para 6% até 2025, visando uma receita anual de US$ 5 bilhões com margem EBITDA de 45% até o final de 2025.
A Zillow também tem fortalecido seu segmento de aluguéis, que viu a receita crescer 33% no primeiro trimestre de 2025, para US$ 129 milhões. Acordos estratégicos, como a parceria com a Redfin para se tornar o provedor exclusivo de anúncios de aluguel multifamiliar na plataforma da Redfin, e um acordo similar com a Realtor.com, demonstram o empenho da Zillow em expandir seu alcance no mercado de aluguéis, estimado pela empresa como uma oportunidade de receita superior a um bilhão de dólares. Jeremy Wacksman projeta lucratividade líquida para todo o ano de 2025.
O Futuro do Trabalho e do Mercado Imobiliário Segundo a Zillow
A trajetória da Zillow ilustra uma adaptação bem-sucedida às transformações impostas pela pandemia, tanto no comportamento do consumidor de imóveis quanto nas expectativas da força de trabalho. A valorização do trabalho remoto como um diferencial competitivo para atrair e reter talentos, combinada com uma estratégia de negócios focada na experiência do usuário e na expansão de serviços, posiciona a Zillow de forma promissora para o futuro. A empresa continua a investir em inovações como tours virtuais em 3D e aprimoramentos em sua ferramenta de estimativa de valor de imóveis, o Zestimate, para engajar compradores e vendedores. Enquanto o mercado imobiliário segue em processo de normalização, com previsões de aumento na atividade de compra e venda e uma possível popularização de imóveis menores e mais acessíveis em 2025, a Zillow parece bem equipada para navegar pelas complexidades e capitalizar as oportunidades emergentes.
