Revoluções em Inteligência Artificial: Lançamento do Rabbit R1, GPT Store e Novas Descobertas Científicas

Revoluções em Inteligência Artificial: Rabbit R1, GPT Store e Descobertas Científicas Agitam a Semana

A inteligência artificial (IA) continua sua marcha implacável, transformando indústrias e redefinindo o que é possível. Esta semana foi marcada por anúncios significativos, desde o lançamento da aguardada GPT Store até a apresentação de um dispositivo de IA que promete substituir smartphones, além de descobertas científicas impulsionadas por IA que desafiam paradigmas e aceleram a inovação. Vamos mergulhar nas principais novidades.

Rabbit R1: O Companheiro de Bolso com Inteligência Artificial que Promete Simplificar seu Dia a Dia

Um dos anúncios mais comentados foi o do Rabbit R1, um dispositivo de IA independente que visa potencialmente substituir nossos smartphones. Apresentado por Jesse Lyu, Fundador e CEO da Rabbit, o R1 é um aparelho de US$199 que opera através de uma interface de linguagem natural, dispensando a necessidade de múltiplos aplicativos. A empresa está desenvolvendo um novo modelo de fundação chamado Large Action Model (LAM), ou Modelo de Ação Amplo, projetado para entender e executar intenções humanas em computadores e aplicativos de forma intuitiva. Lyu destacou que os smartphones, apesar de inicialmente intuitivos, tornaram-se complexos com centenas de aplicativos que não se comunicam entre si, transformando-se mais em dispositivos para "matar o tempo" do que para "economizar tempo".

O Rabbit R1, desenhado em colaboração com a Teenage Engineering, possui tela sensível ao toque, botão push-to-talk, scroll analógico, microfone, alto-falantes e uma câmera rotacional de 360 graus chamada "Rabbit Eye", habilitada para visão computacional. Ele suporta Bluetooth, Wi-Fi e conectividade 4G LTE global. Durante a demonstração, Lyu mostrou o R1 respondendo a perguntas gerais, fornecendo cotações de ações, tocando música (e até mesmo pulando para outra música do mesmo álbum via Spotify), solicitando um Uber (ajustando para mais passageiros e bagagem) e pedindo uma pizza do Pizza Hut, tudo através de comandos de voz e com uma velocidade de resposta impressionante, alegadamente 10 vezes mais rápida que a maioria dos projetos de IA por voz, respondendo em menos de 500 milissegundos.

Uma característica particularmente interessante é o "modo de ensino" (teach mode), onde o usuário pode mostrar ao R1 como executar tarefas em aplicativos web ou desktop, como gerar imagens no Midjourney via Discord. O R1 aprende o fluxo de trabalho e pode automatizá-lo posteriormente. Este conceito de "aprender por demonstração" é central para o Rabbit OS e seu LAM, permitindo que usuários sem conhecimento técnico ensinem novas habilidades ao dispositivo. O Rabbit R1 já está disponível para pré-venda, com as primeiras entregas nos EUA previstas para março-abril de 2024.

GPT Store da OpenAI: Um Novo Mercado para Inteligência Artificial Personalizada

Finalmente, a GPT Store da OpenAI foi lançada esta semana, como anunciado pela empresa. Este novo espaço permite que usuários descubram e criem versões personalizadas do ChatGPT, combinando instruções, conhecimento extra e diversas habilidades. Para acessar e utilizar os GPTs disponíveis na loja, ou para criar os seus próprios, é necessário ser assinante de um dos planos pagos do ChatGPT, como o ChatGPT Plus, Team ou Enterprise. A loja apresenta GPTs em destaque e tendências, organizados em categorias como DALL·E, Escrita, Produtividade, Pesquisa e Análise, Programação, Educação e Estilo de Vida. Esta iniciativa da OpenAI abre um novo leque de possibilidades para a personalização da IA, permitindo que desenvolvedores e usuários comuns adaptem a tecnologia às suas necessidades específicas e, potencialmente, monetizem suas criações no futuro.

Segurança em Inteligência Artificial: Desafios Constantes e Novas Vulnerabilidades

A evolução da IA também traz consigo novos desafios de segurança. Pesquisadores continuam a encontrar maneiras de contornar as salvaguardas dos modelos de linguagem.

Cientistas da UC Riverside Revelam Falhas em Modelos de IA com Imagens

Cientistas da Universidade da Califórnia, Riverside, identificaram uma nova falha de segurança em modelos de IA baseados em consulta, como o Google Bard e o ChatGPT com visão. Conforme detalhado em seu estudo, eles descobriram que atores mal-intencionados podem usar IA para fins nefastos, como obter instruções sobre como fabricar uma bomba. A técnica envolve incorporar a pergunta maliciosa dentro dos dados de uma imagem. Quando o modelo de IA processa a imagem (que pode parecer inofensiva), ele também processa a pergunta oculta e, em certos cenários, pode fornecer a informação restrita. Este método explora a forma como os modelos de IA interpretam dados multimodais (texto e imagem), conseguindo, por vezes, contornar os mecanismos de segurança que normalmente bloqueariam tais pedidos se feitos diretamente em texto.

Inteligência Artificial e Impressões Digitais: Uma Nova Perspectiva Forense

Um estudo fascinante conduzido pela Columbia Engineering e publicado na Science Advances revelou que a IA pode determinar se diferentes impressões digitais pertencem à mesma pessoa com uma precisão surpreendente, desafiando a crença forense de longa data de que cada impressão digital é única, mesmo entre dedos diferentes da mesma pessoa. Tradicionalmente, na ciência forense, é difícil vincular impressões digitais de dedos diferentes deixadas em cenas de crime distintas à mesma pessoa. No entanto, a equipe de engenharia alimentou um banco de dados público do governo dos EUA com cerca de 60.000 impressões digitais em pares em uma rede neural contrastiva profunda. A IA aprendeu a identificar quando impressões digitais aparentemente únicas pertenciam à mesma pessoa (de dedos diferentes) ou a pessoas diferentes. A precisão para um único par atingiu 77%. Esta descoberta, embora ainda não suficiente para decidir um caso oficialmente, pode priorizar pistas em situações ambíguas e potencialmente aumentar a eficiência forense em mais de dez vezes. A IA não estava usando as "minúcias" tradicionais (ramificações e pontos finais nas cristas papilares), mas sim algo relacionado aos ângulos e curvaturas dos giros e laços no centro da impressão digital.

Microsoft e a Inteligência Artificial na Vanguarda da Descoberta de Materiais para Baterias

A Microsoft, em colaboração com o Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico (PNNL), está utilizando IA e computação de alto desempenho para acelerar drasticamente a descoberta científica, especificamente na busca por novos materiais para baterias. Como destacado em um artigo da Microsoft, a computação já acelerou a descoberta científica, e a combinação de IA avançada com computação em nuvem de próxima geração está turbinando o ritmo da descoberta a velocidades inimagináveis há poucos anos. Cientistas do PNNL estão testando um novo material para bateria que foi encontrado em questão de semanas, não anos, como parte desta colaboração. O processo tradicional de descoberta de materiais pode levar anos, mas com a IA, foi possível filtrar 32 milhões de potenciais materiais inorgânicos para 18 candidatos promissores em apenas 80 horas. Esta aceleração tem o potencial de revolucionar o desenvolvimento de soluções de energia sustentável. O novo material descoberto utiliza lítio e sódio, reduzindo consideravelmente o conteúdo de lítio (em até 70%), um recurso cada vez mais escasso e caro. Trata-se de um eletrólito de estado sólido, onde os íons se movem com mínima resistência, prometendo baterias mais seguras e eficientes.

Estas são apenas algumas das atualizações que demonstram o ritmo acelerado da inovação em inteligência artificial. Desde novos produtos de consumo até avanços em segurança e pesquisa científica, a IA continua a moldar nosso futuro de maneiras profundas e, por vezes, surpreendentes.