Palavra de Oferta e Dízimo: Um Guia Completo para Compreender a Contribuição Cristã

A contribuição financeira nas comunidades de fé é um tema que gera muitas perguntas e, por vezes, equívocos. Termos como “dízimo” e “oferta” são amplamente utilizados, mas nem sempre compreendidos em sua totalidade, tanto em sua base bíblica quanto em seu propósito contemporâneo. Este artigo visa desmistificar esses conceitos, oferecendo um olhar aprofundado e didático sobre a “palavra de oferta e dízimo”, explorando suas origens, significados e, principalmente, a atitude do coração envolvida em cada ato de doação.
A Base Bíblica da Oferta e do Dízimo
Para entender a “palavra de oferta e dízimo”, é fundamental recorrer às Escrituras, que apresentam esses princípios desde o Antigo Testamento, com nuances e evoluções no Novo Testamento.
Dízimo: O Princípio da Devolução
A palavra “dízimo” significa literalmente “a décima parte”. No Antigo Testamento, era uma ordenança para o povo de Israel, representando a devolução de 10% de seus rendimentos – geralmente agrícolas ou de rebanhos – para o sustento dos levitas (que serviam no templo e não possuíam herança de terras) e para a manutenção da casa de Deus. No entanto, a prática de dizimar precede a Lei Mosaica, sendo observada por figuras como Abraão e Jacó, que entregaram o dízimo de seus bens em reconhecimento à provisão divina. Em Malaquias 3:10, o Senhor desafia o povo a trazer os dízimos completos para que haja mantimento em Sua casa, prometendo derramar bênçãos sem medida.
Oferta: A Expressão da Generosidade
Diferentemente do dízimo, que era a décima parte e muitas vezes visto como uma obrigação legal na antiga aliança, a oferta é uma contribuição voluntária, dada além do dízimo, motivada pela gratidão, amor e alegria no coração do doador. A Bíblia encoraja a generosidade e destaca que a oferta é uma expressão de adoração. O apóstolo Paulo, em 2 Coríntios 9:7, enfatiza: “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.” Isso ressalta a importância da atitude e da intenção por trás da doação, que deve ser espontânea e alegre, não coagida.
Mais que Obrigações: Um Ato de Fé e Adoração
A “palavra de oferta e dízimo” transcende a mera transação financeira; é uma prática profundamente espiritual que revela a fé e o relacionamento do indivíduo com Deus.
Confiança na Provisão Divina
Ao dizimar e ofertar, o crente demonstra confiança de que Deus é o provedor de todas as coisas e que Ele suprirá todas as necessidades. É um reconhecimento de que tudo o que possuímos vem d'Ele. Essa prática ajuda a combater o amor ao dinheiro e a centralizar a fé em Deus, não nas riquezas materiais.
Gratidão e Reconhecimento
O dízimo e a oferta são formas tangíveis de expressar gratidão pelas bênçãos recebidas. É um gesto de amor e reconhecimento pela soberania e fidelidade de Deus. A Bíblia ensina que dar com um coração grato agrada a Deus.
Contribuição para o Reino
Os recursos arrecadados através de dízimos e ofertas são vitais para o sustento da igreja local, o salário de pastores e obreiros, a pregação do evangelho, a manutenção das instalações, projetos missionários e ações sociais de ajuda aos necessitados. Assim, a contribuição dos fiéis possibilita a expansão da obra de Deus no mundo.
A Palavra de Oferta e Dízimo na Prática
A forma como a “palavra de oferta e dízimo” é ensinada e praticada nas comunidades de fé é crucial para a integridade da mensagem e para a edificação dos crentes.
Clareza e Transparência
É essencial que as igrejas comuniquem de forma clara e transparente o propósito dos dízimos e ofertas e como esses recursos são administrados. A prestação de contas gera confiança e fidelização entre os membros. O dízimo não pertence ao pároco ou líder, mas é para o sustento da obra de Deus.
Motivação Correta
O ensino deve focar na motivação do coração, encorajando a doação por amor, fé e gratidão, e não por constrangimento, medo ou como uma forma de “comprar” bênçãos. A fidelidade na contribuição é um reflexo da obediência a Deus, mas a alegria e a espontaneidade são qualidades valorizadas.
Desmistificando Mitos e Equívocos
É comum encontrar interpretações equivocadas sobre dízimos e ofertas. É importante esclarecê-las para promover uma compreensão saudável e bíblica.
Dízimo Não é Salvação nem Barganha
Contrário ao que alguns podem pensar, o dízimo não é um meio de obter salvação ou de “comprar” o favor de Deus. A salvação é pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo. Embora Malaquias 3:10 fale em “provar a Deus” com os dízimos, o contexto é de obediência e confiança em Sua provisão, não de uma troca comercial.
A Oferta no Novo Testamento
No Novo Testamento, embora o dízimo não seja explicitamente ordenado como uma lei para os cristãos, a prática da generosidade e da contribuição sacrificial é amplamente encorajada. O foco muda de uma imposição legalista para uma doação voluntária, proporcional e alegre, como visto em 2 Coríntios 9:7. Cristo cumpriu a Lei, e a base para a contribuição cristã é o amor e a gratidão, não a obrigação.
Conclusão: Um Coração Generoso e Fiel
A “palavra de oferta e dízimo” nos convida a uma reflexão profunda sobre nossa mordomia e nosso relacionamento com Deus. Mais do que regras ou porcentagens, o que realmente importa é a atitude do coração. Seja no dízimo, como reconhecimento da soberania divina e devolução da primeira parte dos frutos, ou na oferta, como expressão voluntária de amor e gratidão, o ato de contribuir é um privilégio que nos conecta à obra de Deus e nos permite ser canais de Suas bênçãos. Que cada doação seja um ato de fé, adoração e generosidade, feito com alegria e propósito, contribuindo para o avanço do Reino e para a transformação de vidas.
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