Squirt: Desvendando os Segredos e Prazeres da Ejaculação Feminina

Desvendando o Universo do Squirt: Mitos, Verdades e Como Explorar
O squirt, também conhecido como ejaculação feminina, é um fenômeno que desperta curiosidade e, por vezes, é cercado por desinformação. Longe de ser uma invenção da indústria pornográfica, que frequentemente o retrata de forma exagerada, o squirt é uma resposta fisiológica real do corpo de algumas pessoas com vulva durante a excitação sexual intensa ou o orgasmo. Este artigo visa desmistificar o squirt, explorar sua fisiologia e oferecer um guia informativo para quem deseja entender e, possivelmente, vivenciar essa experiência.
O Que Realmente é o Squirt? Entendendo a Fisiologia
O squirt caracteriza-se pela expulsão de um líquido através da uretra durante o clímax sexual ou em momentos de intensa excitação. Por muito tempo, debateu-se a natureza desse fluido, com algumas teorias iniciais, como as de Kinsey em 1953 e Masters e Johnson em 1966, classificando-o como incontinência urinária. No entanto, pesquisas mais recentes e análises da composição do líquido indicam que, embora possa conter traços de urina (como ureia e creatinina), ele também é composto por secreções das glândulas de Skene. Essas glândulas, por vezes chamadas de "próstata feminina", estão localizadas próximas à uretra e produzem um fluido que contém o antígeno prostático específico (PSA), uma enzima também encontrada no sêmen masculino.
É importante distinguir o squirt da lubrificação vaginal natural, que ocorre durante a excitação para facilitar a relação sexual. O volume do squirt é geralmente maior e a sensação descrita é de um "jorro" ou "esguicho". Algumas pesquisas, como um estudo japonês mencionado por veículos como o Canaltech, que envolveu a injeção de tinta na bexiga de voluntárias, confirmaram que o líquido expelido no squirt se origina, em grande parte, na bexiga, mas sua composição difere da urina comum por ser mais diluída e conter elementos das glândulas de Skene.
O Papel do Ponto G e das Glândulas de Skene no Squirt
A estimulação do chamado Ponto G, uma área sensível localizada na parede anterior da vagina, é frequentemente associada à ocorrência do squirt. Acredita-se que essa região esteja anatomicamente conectada às glândulas de Skene. Quando o Ponto G é estimulado, essas glândulas podem ser ativadas, resultando na produção e expulsão do fluido característico do squirt. No entanto, a própria existência do Ponto G como uma estrutura anatômica distinta ainda é debatida por alguns especialistas, com algumas pesquisas sugerindo que ele pode ser, na verdade, uma extensão da estrutura interna do clitóris.
Como Fazer Squirt? Dicas e Técnicas de Exploração
Não existe uma fórmula mágica ou garantia de que todas as pessoas com vulva conseguirão ter um squirt, pois cada corpo responde de maneira única aos estímulos sexuais. A capacidade de "esguichar" pode depender de fatores como anatomia individual, níveis de excitação, conforto emocional e relaxamento. Algumas mulheres relatam a experiência espontaneamente, enquanto outras podem explorar técnicas para tentar alcançá-la. De acordo com a Sociedade Internacional de Medicina Sexual, estima-se que entre 10% a 50% das mulheres ejaculem, embora muitas possam não perceber, pois o fluido pode retroceder para a bexiga.
Preparação para Explorar o Squirt
- Conforto e Relaxamento: Um ambiente seguro e uma mente relaxada são fundamentais. A ansiedade e a pressão podem inibir a resposta do corpo.
- Autoconhecimento: Conhecer o próprio corpo através da masturbação é um passo importante. Explore diferentes tipos de toque e pressão para descobrir o que proporciona mais prazer.
- Comunicação: Se estiver com uma parceria, a comunicação aberta sobre desejos e sensações é crucial.
- Proteção: Para evitar preocupações com a bagunça, pode ser útil colocar toalhas na cama.
- Esvaziar a Bexiga: Ir ao banheiro antes pode ajudar a diminuir a sensação de vontade de urinar que algumas pessoas relatam antes do squirt e aumentar o conforto.
Técnicas de Estimulação para o Squirt
A estimulação focada no Ponto G é a técnica mais comumente associada ao squirt.
- Estimulação Clitoriana Inicial: Começar estimulando o clitóris ajuda a aumentar o fluxo sanguíneo para a região pélvica e a intensificar a excitação geral, preparando a área do Ponto G.
- Localizando o Ponto G: Insira um ou dois dedos na vagina, curvando-os para cima em direção à parede abdominal (como se estivesse fazendo um gesto de "vem cá"). Procure por uma área um pouco mais esponjosa ou texturizada, alguns centímetros para dentro da vagina.
- Massagem e Pressão: Uma vez localizada a área, aplique uma pressão firme e constante ou realize movimentos de massagem. Pode-se variar o ritmo e a intensidade da pressão. Algumas pessoas relatam uma sensação inicial de vontade de urinar, o que pode indicar que a estimulação está correta.
- Paciência e Persistência: Pode levar tempo e experimentação para encontrar o tipo de estímulo que funciona.
- Uso de Brinquedos Sexuais: Vibradores ou massageadores de Ponto G podem ser ferramentas úteis para algumas pessoas.
Squirt: Mitos Comuns e Verdades Esclarecedoras
- Mito: Squirt é o mesmo que orgasmo. Verdade: Embora possam ocorrer simultaneamente, o squirt e o orgasmo são fenômenos distintos. É possível ter um orgasmo sem squirtar, e algumas pessoas podem squirtar sem necessariamente atingir um orgasmo intenso.
- Mito: Squirt é apenas urina. Verdade: Embora contenha componentes da urina, o fluido do squirt também possui secreções das glândulas de Skene, como o PSA, e geralmente é mais diluído e com odor diferente da urina concentrada.
- Mito: Todas as mulheres podem e devem ter squirt para um sexo incrível. Verdade: Nem todas as pessoas com vulva experimentam o squirt, e isso não é um indicativo da qualidade do sexo ou do prazer sentido. O mais importante é o prazer e a satisfação individual.
- Mito: A quantidade de líquido nos filmes pornográficos é realista. Verdade: A pornografia frequentemente exagera ou até simula o squirt para efeito cinematográfico, criando expectativas irreais.
A Experiência do Squirt e Seus Benefícios
A sensação do squirt varia de pessoa para pessoa. Algumas descrevem um prazer intenso seguido de uma liberação satisfatória, enquanto outras podem não sentir nada de extraordinário e apenas notar a umidade. Para muitas, a experiência é relatada como um enriquecimento da vida sexual. O prazer sexual, de forma geral, incluindo o orgasmo (que pode ou não acompanhar o squirt), libera hormônios como a ocitocina e endorfinas, que promovem bem-estar, relaxamento e podem até aliviar dores. Conforme destacado por fontes como o portal Drauzio Varella e a revista Vogue Portugal, uma vida sexual saudável contribui para a melhora do humor e pode fortalecer o sistema imunológico.
Considerações Finais Sobre o Squirt
Explorar o squirt pode ser uma jornada de autoconhecimento e prazer. É fundamental abordar o tema com curiosidade, respeito pelo próprio corpo e sem pressões ou expectativas irreais. Como afirmam sexólogos e especialistas em saúde sexual, o mais importante é a comunicação, o conforto e o desfrute da intimidade, seja o squirt parte da experiência ou não. A sexualidade feminina é diversa, e cada pessoa tem sua forma única de sentir e expressar prazer. A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) inclusive discute a terminologia, preferindo focar na lubrificação vaginal e no clitóris como órgão central do prazer feminino, ressaltando que o orgasmo não depende da expulsão de fluidos.
