BluSmart: Investidores Propõem Injeção de US$30 Milhões para Revitalizar Startup Indiana de Carros Elétricos

Por Mizael Xavier
BluSmart: Investidores Propõem Injeção de US$30 Milhões para Revitalizar Startup Indiana de Carros Elétricos

Investidores da BluSmart Articulam Plano de Resgate Financeiro

Um grupo de investidores da BluSmart, startup indiana de transporte por aplicativo focada em veículos elétricos e concorrente da Uber, está considerando um plano para injetar US$30 milhões na empresa. Este aporte financeiro visa resgatar a companhia, que suspendeu abruptamente suas operações no mês passado. A proposta de investimento, no entanto, está condicionada à renúncia do cofundador Anmol Singh Jaggi.

A crise na BluSmart se intensificou após uma investigação sobre a Gensol Engineering, principal locadora de veículos elétricos para a startup e também liderada por Jaggi. As alegações incluem falsificação de documentos, manipulação de preços de ações e desvio de fundos para uso pessoal dos promotores, Anmol Singh Jaggi e Puneet Singh Jaggi. Essas acusações levaram a uma ordem provisória do Securities and Exchange Board of India (SEBI), o órgão regulador do mercado de capitais indiano, e à paralisação das atividades da BluSmart, afetando cerca de 10.000 motoristas e deixando mais de 8.700 veículos elétricos inativos. A situação expõe os riscos associados a problemas de governança em empresas que dependem de capital intensivo para suas operações.

Detalhes da Proposta de Revitalização da BluSmart

O montante de US$30 milhões seria concedido na forma de dívida não garantida e destinado a cobrir passivos operacionais, incluindo dívidas pendentes e salários de funcionários. Os investidores com direitos pro rata iniciaram as discussões sobre essa resolução há cerca de uma semana, buscando uma rápida solução para a crise que ameaça a sobrevivência da empresa e o valor dos ativos, como baterias e outros componentes dos veículos parados. Além dos atuais investidores, como BP Ventures e ResponsAbility Investments, a BluSmart também esteve em negociações com dois fundos de investimento focados em clima e mobilidade para tentar reerguer suas operações. A BP Ventures, inclusive, estaria negociando a aquisição da participação de Anmol Singh Jaggi na empresa como parte dos esforços de recuperação.

Contexto e Desafios da BluSmart no Mercado Indiano

Fundada em 2019, a BluSmart se destacou por ser a primeira plataforma de mobilidade inteligente compartilhada totalmente elétrica da Índia. A empresa opera com um modelo de negócios de poucos ativos, alugando carros mensalmente. Antes da crise, a BluSmart demonstrava um crescimento promissor, expandindo sua frota e infraestrutura de recarga, e chegou a anunciar uma receita anual de ₹400 crore (aproximadamente US$48 milhões). A startup também havia iniciado operações em Dubai e tinha planos de expansão para outras cidades indianas. No entanto, a empresa já enfrentava um alto consumo de caixa mensal, ultrapassando ₹20 crore (cerca de US$2,4 milhões). Tentativas anteriores de captação de recursos, incluindo uma rodada de US$50 milhões no início do ano, não tiveram sucesso.

A suspensão das operações da BluSmart levanta questionamentos sobre o futuro do setor de transporte por aplicativo com veículos elétricos na Índia, um mercado em expansão e crucial para as metas de sustentabilidade do país. A Índia tem como objetivo que os veículos elétricos representem um terço de todas as vendas de carros particulares e 80% dos veículos de duas e três rodas até o final da década. Apesar do apoio governamental, desafios como a infraestrutura de recarga ainda limitada representam obstáculos significativos.

O Futuro da BluSmart e do Setor de Ride-Hailing Elétrico

A possível reestruturação da BluSmart, que já considerou tornar-se uma parceira de frota para a Uber, reflete as complexidades financeiras e regulatórias do setor. A crise da BluSmart serve como um alerta para o crescente ecossistema de veículos elétricos da Índia, ressaltando a importância da governança corporativa e da transparência financeira. Analistas acreditam que, embora seja uma tarefa árdua, a BluSmart tem chances de sobreviver, mas precisará de um controle mais rígido sobre os fundos e maior supervisão por parte dos diretores. A resolução da situação da BluSmart e seu impacto no mercado de transporte por aplicativo na Índia serão acompanhados de perto, podendo influenciar a confiança dos investidores e as estratégias de outras startups no setor.

Mizael Xavier

Mizael Xavier

Desenvolvedor e escritor técnico

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